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Levar um estilo de vida ativo não é suficiente para combater os efeitos negativos do excesso de peso na saúde do coração, de acordo com uma pesquisa publicada recentemente. Isso desafia a ideia de que condicionamento físico é mais importante do que peso para levar um estilo de vida saudável e apela às empresas que repensem políticas de saúde internas que priorizam a atividade física em vez de perda de peso.

Pesquisadores analisaram dados de mais de 500 mil adultos e agruparam pessoas com base nos níveis de atividade e peso corporal, avaliando a saúde do coração e três principais fatores de risco para derrame e ataque cardíaco: diabetes, pressão alta e colesterol alto.

Embora ser ativo esteja relacionado a uma melhor saúde cardíaca para qualquer pessoa, o autor do estudo, Alejandro Lucia, da Universidade Europeia de Madri, disse que os resultados indicam que “o exercício não parece compensar os efeitos negativos do excesso de peso”, contradizendo a popular noção de que alguém pode ser “gordo, mas saudável”.

Lucia disse que essa noção “levou a propostas controversas de políticas de saúde para priorizar a atividade física e a boa forma acima da perda de peso”, políticas que ele acredita que devam ser reconsideradas para tornar a “perda de peso um alvo principal” na luta para reduzir o risco de doenças cardiovasculares em pessoas com sobrepeso e obesas.

Embora uma quantidade substancial de pesquisas mostrem que ser ativo protege contra várias doenças, o impacto do peso corporal tem se mostrado mais controverso. Muitos, como Lucia observou, apoiam a ideia de que alguém pode ser “gordo, mas em forma” (em inglês, “fat but fit”) e há evidências que sugerem que o condicionamento físico pode ajudar a compensar o excesso de peso. É improvável que o estudo resolva essa controvérsia e há uma série de falhas metodológicas que precisariam ser abordadas para resolver a questão de forma conclusiva. Keith Frayn, professor emérito de metabolismo humano da Universidade de Oxford, disse que a pesquisa “deve ser considerada apenas um ponto de partida” ao falar sobre a relação entre condicionamento físico, peso e saúde.
 
Frayn disse que o desenho do estudo significa que ele poderia ter perdido fatores de saúde que “não estão necessariamente refletidos nas medições de sangue relatadas aqui”, bem como benefícios que vão “além da proteção contra doenças cardiovasculares (e) metabólicas”.

Michael Pencina, vice-reitor de ciência de dados e tecnologia da informação na Duke University School of Medicine, disse à CNN que o estudo não pode levar a uma conclusão sobre a causa dos problemas de saúde. “Este é um estudo transversal”, disse ele. “Tudo o que podemos falar é sobre associações”. O estudo não pode, por exemplo, nos dizer se uma pessoa se tornou ativa porque era obesa ou se era ativa e ainda assim se tornou obesa, explicou Pencina.

Já o professor Metin Avkiran, diretor médico associado da British Heart Foundation, disse que o estudo “acrescenta evidências existentes de que não existe “obesidade saudável”, além de confirmar que ser fisicamente ativo protege contra esses fatores de risco.

 
No Brasil
Para Pedro Augusto Bastos, cardiologista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), mesmo que pessoas em condição de obesidade tenham um estilo de vida saudável, o sobrepeso continua sendo um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares. “Exercícios físicos e boa alimentação são essenciais, mas não garantem 100% de isenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Somente se manter ativo não é o suficiente. É necessário direcionar as atividades para a perda real de peso”, explica o médico.
 
Segundo ele, em diversas famílias brasileiras, há a crença de que deixar as crianças muito bem alimentadas, às vezes de modo exagerado, significa torná-las fortes e imunes a qualquer enfermidade. Mas, é possível perceber o aumento de crianças e adolescentes acima do peso, com problemas de saúde em idades muito precoces em comparação a gerações anteriores às atuais. Bastos defende que a “obesidade saudável” é uma ilusão, visto que os fatores que mantêm o excesso de gordura corporal, como dieta inadequada e sedentarismo, deixam as pessoas propensas a adquirir problemas de saúde a qualquer momento. “Normalmente, aqueles que estão acima do peso têm uma alimentação de pior qualidade e praticam menos atividade físicas, o que pode provocar aumento de hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes, levando a infartos e acidentes vasculares encefálicos.”
 
Por outro lado, o médico garantiu que o corpo magro não necessariamente é um símbolo de saúde, já que algumas pessoas que não se encontram acima do peso também podem desenvolver doenças cardiovasculares, como diabetes do tipo 1, por questões genéticas ou dieta precária. “A ideia que tento manter em alta para os meus pacientes é que ter qualidade de vida, é um fator de proteção, mas, infelizmente, não nos deixa isentos das doenças cardiovasculares.” Além de buscar a perda de peso de maneira segura, a solução para qualidade de vida apresentada por Bastos inclui prática regular de exercícios físicos e boa alimentação.

Fonte: forbes.com.br

O excesso de carboidratos é tão prejudicial à saúde cardiovascular quanto a gordura

Os carboidratos são a maior fonte de energia que temos na alimentação. Ou seja, quando extrapolamos na ingestão de carboidratos e comemos em excesso, isso é acumulado em forma de gordura. “Esse carboidrato em excesso, que o corpo não precisa, aumenta o peso do paciente e eleva os níveis de açúcar no sangue, a glicemia, o que resulta na elevação da hemoglobina glicada – média da glicose no sangue nos últimos três meses, propiciando o risco cardiovascular aumentado.”

É o que diz o cardiologista Augusto Vilela, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Desse modo, os carboidratos se apresentam como grandes vilões para o coração, uma vez que os pacientes ficam mais suscetíveis ao aparecimento de doenças cardíacas. “O excesso de carboidrato aumenta o risco de diabetes, eleva o triglicérides e resulta em um risco maior de infarto e AVC. Por isso, os cardiopatas precisam tomar ainda mais cuidado”, resume.

Para além dos riscos cardiovasculares, o especialista alerta para a capacidade de a ingestão de carboidrato em excesso propiciar o aparecimento do diabetes, bem como o agravamento em casos já diagnosticados. Isso porque o carboidrato aumenta os níveis glicêmicos e a resistência insulínica – a dificuldade de a insulina entrar na célula para poder ajustar a glicose no sangue. “Assim, aumenta-se o risco de desenvolver diabetes e deslipidemia por aumento dos triglicérides.”

E o paciente já diagnosticado como diabético deve ter um controle ainda mais rigoroso. Inclusive, o tratamento do diabetes passa por uma restrição de carboidrato. Segundo Vilela, quem tem a doença precisa fazer um consumo mínimo de alimentos ricos em carboidrato, porque aumenta os níveis de açúcar no sangue descontrolando o diabetes.

Nesse cenário, Augusto Vilela recomenda o acompanhamento médico com um nutricionista, a fim de que o consumo de carboidratos se dê de forma saudável. “É importante que haja uma avaliação nutricional. O nutricionista faz esse balanço calórico do paciente e qual a média de calorias que ele deve ingerir por dia, sem cometer excessos.”

Leia mais: em.com.br

Fonte: Estado de Minas

Mais de 1100 mortes por dia. O número é chocante, mas traduz uma realidade que precisa da nossa atenção. As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação sanguínea são a principal causa de morte no Brasil e no Mundo. E isso pode estar diretamente relacionado aos hábitos de vida e à medida da circunferência abdominal dos pacientes.

“São cerca de 400 mil mortes por ano. E grande parte desses óbitos poderiam ser evitados ou postergados com medidas preventivas e terapêuticas. Mas, infelizmente, muitas pessoas só percebem a gravidade da situação após um evento cardíaco grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

O sobrepeso e a obesidade estão entre os principais fatores de risco para a ocorrência de problemas cardíacos. Eles estão relacionados não só à características genéticas, mas também ao estilo de vida das pessoas.

Síndrome Metabólica

Para entender o risco que o aumento da circunferência abdominal representa para o nosso coração, é preciso conhecer a Síndrome Metabólica. Ela consiste em um conjunto de fatores de risco que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.  

A síndrome metabólica envolve a presença de 3 ou mais dos seguintes critérios:

  • Aumento da circunferência abdominal ( > 94 cm em homens e > 80 cm em mulheres);
  • Glicemias > 100 mg/dl ou diabetes em tratamento;
  • Pressão arterial > 130/85 mmHg ou hipertensão em tratamento;
  • Triglicerídeos > 150 mg/dl;
  • HDL- colesterol < 40 em homens e < 50 em mulheres.

“O excesso de células de gordura provoca uma série de reações metabólicas inflamatórias que se espalham por todo o corpo. Isso prejudica o funcionamento dos órgãos e sistemas. Por isso a obesidade é considerada uma doença crônica e grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Circunferência Abdominal

Um dos principais sinais de que precisamos prestar mais atenção à nossa saúde é o aumento da circunferência abdominal. Ele significa uma maior quantidade de tecido adiposo (gordura) acumulada em nosso corpo. Especialmente aquela localizada no abdome, entre os órgãos. A chamada gordura visceral.

“É muito importante que as pessoas façam acompanhamento regular com o médico cardiologista. Nessa oportunidade, além de uma série de outros exames, o profissional poderá medir a circunferência abdominal do paciente.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Como prevenir doenças cardiovasculares 

O tratamento da síndrome metabólica e a prevenção das doenças cardíacas passa por uma mudança ampla no estilo de vida das pessoas. E, entre os objetivos, está a redução da circunferência abdominal.

Para tanto, é necessário adotar as seguintes medidas:

Consultar o médico cardiologista periodicamente: 

Muitas doenças, como a hipertensão, não apresentam sintomas, devendo ser rastreadas.  Além disso, possuímos predisposições genéticas que podem se manifestar ao longo dos anos. Reconhecê-las precocemente é fundamental para que possamos atuar na prevenção. 

Terapias como o uso de medicamentos para o controle da hipertensão arterial e do diabetes, assim como para o controle do colesterol e dos triglicerídeos, são extremamente importantes para evitar agravos à saúde.

Praticar exercícios físicos: 

Com orientação profissional, o exercício físico auxilia de forma segura na perda de peso e na redução da circunferência abdominal. Além disso, a ciência comprova que a prática regular de exercícios físicos traz inúmeros benefícios para a saúde, como: 

  • Redução da pressão arterial sistêmica; 
  • Redução do estresse;
  • Fortalecimento dos ossos e músculos; 
  • Maior sensibilidade à insulina e maior tolerância à glicose (prevenção e tratamento do diabetes);
  • Maior concentração de HDL (colesterol bom) e menor concentração de triglicerídeos e LDL (colesterol ruim);
  • Melhora a atividade sexual. 

Alimentação saudável: 

Uma dieta saudável é fundamental para a redução da circunferência abdominal. A ciência comprova que os alimentos que consumimos podem ser decisivos tanto para causar, como para prevenir doenças. 

Consumir produtos naturais como legumes, frutas, verduras, grãos, proteínas e gorduras de boa qualidade está diretamente relacionado a uma redução dos processos inflamatórios (especialmente nas artérias e intestino). 

Já o consumo de produtos industrializados, que costumam possuir muito sódio, açúcar e farinhas brancas, pode levar à carência nutricional e, ao mesmo tempo, favorece a obesidade, o aumento da circunferência abdominal e ao desenvolvimento da síndrome metabólica.

Parar de fumar: 

A cada tragada, o fumante  absorve substâncias tóxicas e inflamatórias. Entre elas, está a nicotina. Tais substâncias são despejadas no sangue do paciente e têm um efeito inflamatório. Além de provocarem diversos tipos de câncer, elas causam lesão das camadas mais internas dos vasos sanguíneos. Tal efeito inflamatório pode levar à obstrução das artérias, ao infarto do coração e ao Acidente Vascular Cerebral.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta que o tabagismo é o maior risco controlável na prevenção de doenças cardiovasculares. Os tabagistas têm de 2 a 3 vezes mais risco de sofrer um derrame( AVC), um infarto do miocárdio e doença arterial periférica. Além disso, têm 12 a 13 vezes mais risco de ter doença pulmonar obstrutiva crônica. E quando os fumantes sofrem um infarto, eles morrem mais que os não fumantes. 

Combater o Alcoolismo: 

O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial e o risco de arritmias cardíacas, aumentando o risco cardiovascular. As bebidas alcoólicas também podem provocar danos ao Sistema Nervoso Central e acúmulo de gordura no fígado. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda moderação no consumo de álcool.

Viva mais e com melhor qualidade de vida. Consulte o Médico Cardiologista regularmente e fique atento à circunferência abdominal. Os médicos da Equipe Seu Cardio estão a sua disposição. 

Fonte: seucardio.com.br

Sobre a Autora:

Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho é Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Especialidades:

– Cardiologia (14741);

– Clínica Médica (14740).

Formação acadêmica:

– Graduação em Medicina pela UFPR (1992 – 1998);

– Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos (2013 – 2015);

– Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (2015 – 2017);

– Estágio em Ecocardiografia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina

(2017 – 2019);

– Título de Especialista em Cardiologia pela AMB e SBC (2017).

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