Falta de gravidade pode causar envelhecimento precoce do coração
Um estudo aponta que a tolerância ao exercício de um astronauta que passa longos períodos no espaço é comparável à de uma pessoa não treinada com um estilo de vida sedentário.
Nosso corpo não foi feito para sobreviver no espaço. Desde quando os primeiros astronautas começaram a se aventurar fora da Terra, cientistas pesquisam os efeitos da falta de gravidade no organismo. Perda de densidade nos ossos, problemas de circulação, achatamento do globo ocular, atrofia muscular e hipertensão craniana são alguns dos mais comuns.
Uma nova pesquisa descobriu que o voo espacial também reduz a tolerância ao exercício e envelhece o coração dos astronautas de maneira mais rápida. O estudo foi publicado recentemente na revista científica Nature Microgravity, e conduzido por cientistas do Instituto Politécnico de Turim, na Itália.
O estudo é baseado em um modelo matemático que permitiu analisar algumas das características dos voos espaciais que influenciam na adaptação do sistema cardiovascular a um ambiente menos exigente. A microgravidade induz uma degradação no condicionamento cardiovascular semelhante ao envelhecimento acelerado, segundo os pesquisadores.
“As descobertas são úteis para projetar futuros voos espaciais de longo prazo, individualizar contramedidas ideais e compreender o estado de saúde dos astronautas no momento da restauração da gravidade parcial – por exemplo, um pouso na Lua ou em Marte”, afirma Stefania Scarsoglio, coautora do estudo.
Os cientistas compararam a resposta cardiovascular em condições de microgravidade com o que ocorre na Terra, levando em conta vários parâmetros hemodinâmicos – como trabalho cardíaco, consumo de oxigênio e índices de contratilidade, além da pressão arterial. Todos esses índices foram reduzidos.
A tolerância ao exercício de um viajante espacial foi considerada comparável à de uma pessoa não treinada com um estilo de vida sedentário. A nível celular, os pesquisadores ainda observaram alterações significativas no aporte médio de nutrientes.
Fonte: Futurism