coração

No primeiro ano da pandemia da Covid-19, os brasileiros recorreram mais às bebidas alcóolicas e às drogas. Levantamento feito pela Global Drug Survey (GDS) em 2020 e divulgado no ano passado, mostra um aumento de 17.2% no consumo de maconha; 7.4% de cocaína e de 12.7% de benzodiazepínicos (ansiolíticos e hipnóticos) no Brasil. Com relação ao consumo de álcool, o aumento foi de 13,1%, um pouco abaixo da média mundial de 13,5%. A pesquisa foi realizada com mais de 55 mil pessoas em todo o mundo e  desenvolvida como parte de um esforço global para entender melhor o impacto da pandemia na vida das pessoas, com foco no uso de álcool e outras drogas, saúde mental e relacionamentos.

Para alertar sobre o assunto, foi criado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, no próximo dia 20 de fevereiro. Após dois anos de pandemia, a rotina das pessoas voltou a uma certa normalidade e os feriados prolongados seguem como oportunidade para o uso dessas substâncias. No Brasil, o principal deles é o Carnaval, período popularmente conhecido pelas pessoas se extravasarem e cederem aos excessos. Neste ano, devido a variante ômicron, muitas cidades cancelaram as celebrações da data, principalmente as públicas, mas as festas particulares seguem permitidas. 

Legalizadas, as bebidas alcóolicas são de fácil acesso para as pessoas. O hepatologista Rafael Ximenes, que atende no centro clínico do Órion Complex, percebe aumento de demanda após feriados prolongados. “Depois de festas e feriados, aumenta a procura médica, seja de quem já consome álcool e piora, seja de quem bebe pouco e passa mal”. Ele ainda fala dos sinais imediatos do consumo de álcool. “Em um primeiro momento existem mudanças de comportamento, perdas de reflexo, as quais causam acidentes, e ainda violência”, detalha.

O médico explica que o consumo constante e exagerado das bebidas causa, a longo prazo, pancreatite, cirrose, lesões neurológicas e no coração, mas que no início elas não apresentam sinais. “Os sintomas só aparecem quando a doença já está grave. A pancreatite causa dor na parte superior da barriga e diarréia. A icterícia, que são os olhos e a pele amarelados, pode ser sinal de cirrose ou hepatite alcóolica”, exemplifica Rafael, citando que uma forma de prevenção é ir ao médico regularmente.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não é o tipo da bebida que irá fazer mais ou menos mal, mas o seu consumo. “Dependendo da quantidade ingerida, a cerveja é mais leve, com menor teor alcóolico, mas as pessoas costumam beber mais”, ressalta Rafael Ximenes. “O recomendado é que as mulheres consumam no máximo sete doses por semana e os homens 14, sendo que uma dose equivale a uma lata de cerveja, 40 ml de destilado ou uma taça de vinho de 125 ml”, indica o hepatologista.

Outras drogas
A psiquiatra Lucila Pereira Neves, que também atende no centro clínico do Órion Complex, conta que normalmente as pessoas começam a beber ou experimentam drogas por curiosidade, incentivo de amigos, para se divertir ou para dar alívio a algum sentimento ruim, como tristeza, timidez ou ansiedade. “O uso repetitivo poderá levar ao vício devido a um mecanismo neurobiológico desencadeado pela própria substância consumida, que leva a uma descarga de dopamina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor que nos dá a sensação de prazer. Com isso, ocorre o desejo de repetir o uso”, explica ela.

Tanto as drogas quanto às bebidas trazem muitas consequências para quem consome. “Os males físicos, como alterações hepáticas, pulmonares, dores neuropáticas, desnutrição; males cognitivos, como prejuízo da inteligência, atenção, memória e raciocínio. Existem os males emocionais, como depressão, ansiedade e piora dos transtornos psiquiátricos que a pessoa já possua; males sociais, com prejuízo nos relacionamentos com familiares, amigos e profissionais. E ainda os males financeiros, pois o dependente químico, além de perder emprego ou não conseguir ser empregado, se desfaz de seus bens para financiar o vício”.

A médica destaca que a melhor forma de evitar o vício é não experimentar. “Uma vez experimentadas, a chance de evolução para dependência pode ser imprevisível, a depender de vários fatores”, explica. Um dependente químico não afeta apenas a si, mas também a quem está à sua volta. “Traz tristeza aos familiares, que muitas vezes não sabem como ajudar. Além de ficar mais exposto a violência e acidentes e ele mesmo praticar atos violentos e criminosos, levando a repercussões jurídicas”.

Lucila Pereira concorda que, após o Carnaval e feriados prolongados, aumenta a procura por atendimento médico. “Principalmente por quem teve recaída, ou seja, já estava em um processo terapêutico e procura com maior facilidade o atendimento médico, sem tanto medo e preconceito, que ainda são grandes entraves ao tratamento e a busca de ajuda”, detalha. Dentre os tratamentos disponíveis para os dependentes químicos, ela cita a psicoterapia, terapia ocupacional, mudanças do estilo de vida com atividade física regular, higiene do sono, alimentação adequada e combate ao estresse, suporte espiritual e tratamento medicamentoso clínico e psiquiátrico. 


A psiquiatra Lucila Pereira Neves cita todos os malefícios causados pelo uso das drogas e como eles afetam os usuários e quem está a sua volta. Arquivo Pessoal

 

Hepatologista Rafael Ximenes explica que as doenças causadas pelo consumo exagerado de bebidas só apresentam sinais quando estão avançadas. Arquivo Pessoal

Em um país como o Brasil, onde a idade média da população aumenta a cada ano, o cuidado com a saúde do coração é de extrema importância para garantir longevidade e qualidade de vida.

Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que, em todo o país, cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular, que causam 400 mil mortes anuais e correspondem a cerca de 30% dos óbitos de brasileiros. “No mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima em 1,7 milhão o número de mortes por essas enfermidades”, diz o Dr. Adriano Luiz Guerra, Cardiologista.

Segundo o mesmo estudo, o infarto do miocárdio gera o custo aproximado de 22 bilhões de reais anuais ao sistema de saúde brasileiro, enquanto outras doenças como insuficiência cardíaca, hipertensão e fibrilação atrial, atrial, custam em torno de 32 bilhões de reais para o país.

 Entre as doenças mais comuns estão: 

  • Hipertensão arterial;
  • Doença coronariana;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Doença cerebrovascular;
  • Cardiopatia congênita.

“Muitas dessas doenças estão relacionadas à qualidade e modo de vida. Fatores como sedentarismo, obesidade, tabagismo, estresse, ansiedade e demais causas podem acarretar distúrbios cardíacos”, explica o médico.

Pessoas com histórico familiar de moléstias no coração devem redobrar os cuidados e, independente da idade, procurar um cardiologista para o devido acompanhamento. Além do mais, tais indivíduos devem se precaver de alguns vícios, como o álcool e o cigarro, praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável e realizar exames periodicamente.

“Mesmo não sendo portador de nenhuma comorbidade mencionada e conservando hábitos saudáveis, o ideal é que toda pessoa se consulte com um cardiologista a partir da terceira ou quarta década de vida para a realização de um check-up, principalmente antes de iniciar alguma atividade física”, alerta o Dr. Guerra.

 

Escute o especialista:  

 

O Natal representa vida, renovação, tempo novo. Celebrar esse momento especial com familiares e amigos é muito bom, mas não podemos nos esquecer da saúde: física e mental. O pesquisador e cardiologista Valério Vasconcelos, que é autor do livro “O coração gosta de coisas boas”, sugere alguns itens para colocarmos na nossa ceia de Natal. Além de alimentos, ele cita otimismo e música como ingredientes indispensáveis para a noite.

Vinho tinto

O consumo moderado de vinho tinto está associado à redução da mortalidade e das hospitalizações por doença cardiovascular relacionada à placa de gordura nas artérias do coração (angina e infarto). A ingestão moderada de álcool (uma a duas doses) promove elevação nos níveis de HDL (colesterol bom) semelhante à encontrada com a prática de exercícios, que é de aproximadamente 12%.

A maioria dos efeitos protetores do vinho tinto na aterosclerose, lembra o cardiologista Valério Vasconcelos, é atribuída aos flavonoides, que possuem propriedades antioxidantes, vasodilatadoras e antiagregante plaquetária.

Quem toma um cálice de vinho ao dia, durante as refeições, com o objetivo de evitar possíveis problemas no coração, mas tem como inconveniente os efeitos colaterais do álcool, pode substituir a bebida por suco de uva.

Chocolate amargo

Comer chocolate amargo algumas vezes na semana reduz o risco de contrair doenças cardíacas, pois o alimento protege o sistema cardiovascular, esclarece o cardiologista Valério Vasconcelos. O raciocínio é que o grão de cacau é rico em flavonoides. Além de ter qualidades antioxidantes, os flavonoides possuem outras influências potenciais sobre a saúde vascular, como baixar a pressão sanguínea, melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro e o coração e tornar as plaquetas sanguíneas menos pegajosas de coagular.

Atualmente, não há um tamanho de chocolate estabelecido para ajudar as pessoas a colher os benefícios cardiovasculares que o chocolate amargo pode oferecer. Então, por enquanto, desfrute de porções moderadas de chocolate amargo (30g, o que corresponde a um quadrado de um tablete com aproximadamente 170g) algumas vezes por semana.

Leia a matéria completa: portalcorreio.com.br

Fonte: portalcorreio.com.br

Especialista revela que incômodos auditivos costumam apontar para outras questões de saúde

A maioria das pessoas já deve ter sentido algum tipo de zumbido no ouvido. Muitas vezes, o incômodo está relacionado à acontecimentos sem muita relevância para a saúde, como um leve acúmulo de cerúmen – cera de ouvido -, ou alterações de pressão atmosférica ao subir uma montanha.

No entanto, de acordo com a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, apesar do zumbido no ouvido não ser uma doença, ele pode indicar a presença de problemas mais graves para a saúde.

“O zumbido pode derivar de uma doença otológica, como a perda auditiva induzida por ruído ou a presbiacusia (relacionada à idade), mas também pode surgir a partir de problemas farmacológicos e vasculares, cardiovasculares. Metabólicos (diabetes e alteração na glândula tireoide), neurológicos e odontogênicos (disfunção na articulação da mandíbula e nos músculos ao redor)”, explica.

A relação entre problemas cardíacos e zumbidos no ouvido

Conforme a médica disse, os zumbidos no ouvido podem estar relacionados à problemas vasculares e cardíacos. Isso acontece devido aos bloqueios do fluxo sanguíneo na parte interior das orelhas, ou ao aumento da viscosidade do sangue nessa região. Fonômenos que, geralmente, acometem pessoas que possuem hipertensão. 

Como identificar se o zumbido no ouvido é um problema mais sério

Para saber se o zumbido no ouvido está relacionado à presença de alguma doença ou condição mais grave, é preciso ficar atento aos sintomas e à periodicidade do incômodo. Se ele aparece constantemente, demora para desaparecer e ainda é acompanhado de dores e mal-estar, é melhor ficar atento. A recomendação é procurar auxílio médico o quanto antes, para que o problema seja investigado e tratado da melhor maneira possível.

Mesmo que não seja nada grave, o zumbido no ouvido também pode ser combatido com auxílio especializado. A Dra. Cristiane ainda ressalta que, apesar do incômodo ser mais comum entre as pessoas idosas, ele também pode aparecer em indivíduos mais jovens e não deve ser ignorado em hipótese alguma.

“Um estudo realizado na cidade de São Paulo atestou a prevalência do zumbido em 22% da população. Entre os jovens, o índice foi de 12% e, entre os idosos, de 36%. Ainda que não existam estudos recentes e abrangentes sobre o problema, a prática clínica aponta para maior ocorrência, de fato, entre aqueles com mais de 65 anos”, diz a médica.

Por fim, também é necessário destacar os impactos que alguns hábitos ruins podem ter diante dos nossos ouvidos. “O estresse e o consumo excessivo de cafeína, cigarro ou álcool, por exemplo, podem ser determinantes para a manifestação do zumbido, em alguns casos”, finaliza a Dra. Cristiane.

Fonte: Sáude em Dia

O Ministério da Saúde atualizou as orientações referente a vacinação das pessoas que possuem comorbidades. De acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), esse será o próximo grupo prioritário a ser vacinado.

A principal atualização no documento informa que as pessoas com comorbidades precisam estar pré-cadastradas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) ou em alguma unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Com o prontuário ativo dos interessados, os municípios garantem uma maior precisão no quantitativo do grupo. Caso não tenha inscrição, a apresentação de um comprovante que demonstre que a pessoa pertence a um destes grupos de risco, como exames, receitas, relatório médico ou prescrição médica também é válida no momento da vacinação.
Entre as comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19 estão Diabetes, Pneumopatias crônicas graves e Hipertensão Arterial Resistente (HAR). O Ministério da Saúde também orientou que pessoas com comorbidades sejam convocadas de acordo com a sua idade.

Conferira a lista completa de comorbidades prioritárias.

A Pfizer divulgou uma nota informando que “está ciente das observações israelenses sobre inflamação no coração que ocorreram predominantemente em uma população de homens jovens que receberam a vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19″.

“Os eventos adversos são revisados regular e exaustivamente e não observamos uma incidência maior de miocardite do que seria o esperado na população em geral. Uma relação causal com a vacina não foi estabelecida. Não há evidências neste momento para concluir que a miocardite é um risco associado ao uso da vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19”, finalizou.

“É uma situação que deve ser investigada e precisamos esperar por um relatório final, mas em uma análise intermediária parece que o risco de adoecer com Covid-19 é muito maior do que com os eventos adversos da vacina, e o risco de inflamação no coração após a vacina da Pfizer é baixo e temporário”, disse Nadav Davidovitch, diretor da escola de saúde pública da Universidade Ben Gurion.

Fonte: reuters.com

É qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação quando se forma o coração do bebê.

Ela ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde.

Segundo dados da sociedade brasileira de cardiologia no Brasil nascem aproximadamente 28 mil crianças com problemas cardíacos por ano, ou seja, a cada 100 bebês nascidos vivos 1 (um) é cardiopata. Dessas em torno de 80% necessitarão de alguma cirurgia cardíaca durante a sua evolução.

Os  sintomas podem aparecer no nascimento, durante a infância, ou então só na idade adulta. E pode ainda ser assintomática.

Se detectado precocemente, os riscos de mortalidade são pequenos.

Geralmente o exame de ultrassonografia obstétrica verificando  o coração do feto pode facilitar o diagnóstico na gestação ainda.

Por isso é aconselhável, o ecocardiograma fetal nas consultas de rotina de gestantes no pré-natal e exames de ultrassom morfológico. Eles são realizados, em geral, no segundo trimestre gestacional e possibilitam a identificação de má formação no coração da criança. Quando há suspeita de alguma anormalidade é realizado um ecocardiograma do coração do feto, o que permite avaliar e detectar detalhadamente anormalidades estruturais e da função cardíaca.

A detecção precoce é importante pois permite que o bebê possa receber cuidados adequados, medicações específicas e/ou cirurgia de urgência caso necessário.

O diagnóstico precoce, durante a gravidez, é importante para o planejamento do parto e pode salvar a vida do bebê naquelas cardiopatias mais complexas.

Há 2 tipos de cardiopatia:

1) Cardiopatia congênita cianótica

Este tipo de cardiopatia é mais grave, pois o defeito no coração pode afetar de forma significativa o fluxo sanguíneo e a capacidade de oxigenação do sangue.

2) Cardiopatia congênita acianótica

Este tipo de cardiopatia provoca alterações que nem sempre provocam repercussões tão graves no funcionamento cardíaco, e a quantidade e intensidade dos sintomas depende das gravidade do defeito cardíaco, que vão desde ausência de sintomas, sintomas somente durante esforços, até a insuficiência cardíaca.

Sintomas

  • Nos recém-nascidos e bebês, eles podem ser:
  • Cianose , que é a coloração roxa na ponta dos dedos ou nos lábios;
  • Suor excessivo;
  • Cansaço excessivo durante as mamadas;
  • Palidez e apatia;
  • Baixo peso e pouco apetite;
  • Respiração rápida e curta mesmo em repouso;
  • Irritação.

Nas crianças mais velhas ou nos adultos:

  • Coração acelerado e boca roxa após esforços;
  • Infecções respiratórias frequentes;
  • Cansaço fácil em relação as outras crianças da mesma idade;
  • Não desenvolve, nem ganha peso normalmente.
  • Os pais devem ficar atentos aos sinais.

Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, médico do corpo clínico do hospital israelita Albert Einstein, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida , Saúde e Diagnóstico. CRMT 6194

Email: [email protected]

Como reconhecer um infarto

por Ricardo Bastos

O infarto segue entre as principais causas de mortes no Brasil. Segundo os dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), disponíveis no Portal da Transparência, a doença foi a causa de 5.840 óbitos, sendo de 3.453 homens e de 2.383 mulheres até 1º de fevereiro de 2021. Em todo o ano de 2020, 93.652 morreram pelo mesmo motivo: 55.271 homens e 38.328 mulheres.

Fonte: Pixabay

Uma pessoa pode sofrer um infarto agudo do miocárdio quando há algum bloqueio no fluxo sanguíneo para o coração, geralmente causado por placas de gordura e outras substâncias nas paredes das artérias e de vasos que levem ao órgão. Sem sangue, a artéria fica sem oxigênio e morre. Isso impede que o órgão funcione por algum tempo, causando necrose de parte do tecido do coração ou dano irreversível, podendo ser fatal para a pessoa.

De acordo com os especialistas em cardiologia, o infarto costuma ser o fim de um processo de desgaste das artérias. Homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 estão mais vulneráveis a passar pelo problema.

Além de se cuidar e prevenir, é importante reconhecer quando pode estar havendo um infarto e, assim, obter o socorro mais rapidamente possível.

Como reconhecer um infarto

Os sinais mais comuns do infarto são a dor – leve ou aguda – no peito e dor que irradia do peito para outros lugares do corpo, geralmente braço esquerdo, pescoço e mandíbula.

Outros sintomas são as sensações de compressão no peito por mais de 30 minutos e de queimação no peito similar à da azia. A pessoa pode desmaiar ou reclamar de tontura, ficar pálida, ter vômitos, palpitações e falta de ar, além de suar frio, ter ansiedade, agitação ou sonolência.

Mulheres geralmente se queixam de uma dor no peito similar a agulhadas ou pequenas facadas. Pessoas diabéticas ou idosas podem sentir falta de ar, sem apresentar outro sintoma.

Sinais pouco comuns, mas também relacionados ao infarto são enjoo, mal-estar geral, cansaço excessivo, sem causa aparente, e dor no abdome, semelhante à gastrite ou esofagite de refluxo.

Diante de sintomas, é recomendado fazer uso de aspirina ou outro medicamento com o mesmo efeito caso a pessoa seja alérgica. Imediantamente, deve-se solicitar o atendimento de uma equipe de emergência ou levar o paciente para um hospital.

Diagnóstico e tratamento

No hospital, será realizado um eletrocardiograma (EGC) para verificar se houve ataque cardíaco e qual o tipo específico, o que orienta o atendimento imediato. Para complementar, são feitos exames de sangue para checar as doses de enzimas que surgem após a lesão cardíaca, quando é solicitada a dosagem de CPK para avaliar o infarto, junto com outros marcadores, principalmente, como a mioglobina e a troponina.

Dependendo do tipo do infarto, pode ser necessário o cateterismo para acessar as artérias com circulação interrompida. Logo em seguida, a angioplastia coronária é realizada para desobstruí-la. Os procedimentos são pouco invasivos e com histórico de resultados positivos.

Também conforme a situação, pode ser necessário o implante de um stent ou uma cirurgia de “safena”, que é a revascularização do miocárdio, para salvar o paciente.

Fonte: rededorsaoluiz

O Brasil, que domina o topo do ranking de países mais ansiosos do mundo com 9,3% da população convivendo com a condição segundo a Organização Mundial da Saúde, parece caminhar para um cenário ainda mais alarmante. De acordo com levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa durante a pandemia do novo coronavírus.

Além do quesito saúde emocional, o cenário preocupa visto que a ansiedade é uma doença psiquiátrica que não raramente pode coexistir com doenças cardiovasculares. O médico cardiologista Dr. Roberto Yano elucida que sintomas de ansiedade são considerados fatores de risco para doenças do coração, além de influenciar negativamente no prognóstico do paciente já cardiopata.

Cardiologista Dr. Roberto Yano

“Pessoas que são ansiosas ou até depressivas liberam mais fatores inflamatórios que, a longo prazo, podem prejudicar o coração, estando assim mais propícios a terem doenças cardiovasculares. A associação destas alterações químicas no corpo, com histórico familiar de doenças cardiovasculares e hábitos de vida ruins são um forte gatilho para a ocorrência de infarto, AVC e até morte súbita”, alerta Dr. Roberto Yano.

Não raramente, os ansiosos dormem mal, tem pressão arterial elevada, níveis altos de LDL, colesterol “ruim”, e glicose, assim como baixos níveis de HDL, colesterol “bom”, o que aumenta as possibilidades de um problema cardíaco futuro. Outro fator é que é possível confundir os sintomas de ansiedade com o de doenças cardiovasculares.

“Em uma crise de ansiedade, a pessoa pode apresentar alguns sintomas semelhantes ao de um infarto. É comum haver dores no peito, palpitação, náusea, tontura e falta de ar, ou seja, algumas pessoas pensam que estão prestes a infartar. Por isso é importante buscar o pronto atendimento, o mais rápido possível, para que se possa realizar o diagnóstico e tratamento, que difere completamente entre uma doença e outra”, alerta Dr. Roberto Yano.

De outro modo, não raramente pessoas que sofrem de ansiedade podem ser acometidas por um episódio de infarto e, por pensarem que estão tendo apenas uma crise, demoram a procurar atendimento médico, fator que pode ser a diferença entre a vida e a morte do paciente.

O acompanhamento com o cardiologista, com o psiquiatra e psicólogo é imprescindível para que esse paciente mantenha mente e coração saudáveis

Desta forma, o cardiologista ressalta a importância do acompanhamento periódico de pessoas que apresentam as condições. “Há pacientes com diagnóstico de Transtorno de Ansiedade que aderem muito bem ao tratamento justamente por receio de um infarto, assim como existem aqueles que por medo, deixam de cuidar do coração”, alerta.

É importante segundo cardiologista que o paciente com Transtorno de Ansiedade que apresenta alguma doença do coração seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar. “O acompanhamento com o cardiologista, com o psiquiatra e psicólogo é imprescindível para que esse paciente mantenha mente e coração saudáveis”, garante.

Por Sophie Deram 

Fonte: https://nutricaosemneura.blogosfera.uol.com.br

Já falei aqui no blog sobre o efeito inflamatório do padrão alimentar ocidental, baseado em alimentos industrializados, ricos em gorduras e açúcares.

Sabemos que esse tipo de alimentação pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, porém não está claro se os alimentos fritos, populares em todo o mundo e comuns no padrão alimentar ocidental, afetam a saúde do coração.

O consumo de alimentos fritos pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares

Por isso, um grupo de pesquisadores da China resolveu investigar a associação entre o consumo de alimentos fritos e o risco de doenças cardiovasculares, publicando recentemente os resultados desse estudo na revista Heart.
Quais são as doenças cardiovasculares?

Antes de mostrar para você como esse estudo foi realizado, acho válido esclarecer o que são e quais as principais doenças cardiovasculares. Trata-se de um grupo de distúrbios que afetam o coração e os vasos sanguíneos, sendo, em sua maioria, prevenidas com um estilo de vida saudável. Algumas das doenças cardiovasculares são:

Insuficiência cardíaca: é a principal causa de internações por doenças cardiovasculares registrada no SUS (Sistema Único de Saúde). Consiste em uma dificuldade do coração em bombear sangue para o corpo ou de contribuir para o retorno venoso, ou seja, transportar o sangue pobre em oxigênio para o coração.

Doença arterial coronariana: tem como principal manifestação o infarto agudo do miocárdio, que é a causa de morte isolada mais comum no mundo. Nesse caso, as artérias desenvolvem placas de ateroma, um acúmulo de gordura, sangue, tecido fibroso e outros compostos, que podem se romper, liberar substâncias inflamatórias e formar um trombo. O trombo estreita o espaço dentro da artéria e impede o fluxo de sangue para o oxigênio, provocando o infarto.
AVC (Acidente Vascular Cerebral): também chamado de derrame, está intimamente relacionado às doenças cardiovasculares, pode ocorrer pelo rompimento ou obstrução de vasos, dificultando o transporte de sangue e oxigênio para o cérebro.

Agora, voltemos ao estudo. Para determinar a associação entre o desenvolvimento desse tipo de doenças e o consumo de alimentos fritos, os pesquisadores buscaram em bancos de dados (PubMed, EMBASE e Web of Science) estudos relevantes publicados até abril de 2020, sendo selecionadas 17 pesquisas. Essas pesquisas envolveram 562.445 participantes e 36.727 eventos cardiovasculares.

Além disso, os pesquisadores agruparam os dados de seis estudos que envolviam 754.873 voluntários e 85.906 mortes durante um período médio de monitoramento de nove anos e meio para avaliar a associação entre o consumo de alimentos fritos e mortes por doenças cardiovasculares.

Entre os achados, foi observado que o alto consumo de alimentos fritos aumentou o risco dos principais eventos cardiovasculares em 28%, de doença arterial coronariana em 22% e de insuficiência cardíaca em 37%. Já o risco de acidente vascular cerebral, mortalidade cardiovascular ou mortalidade por outras causas não foi significativo.

A análise também indicou que esse risco aumenta com a adição semanal de uma porção de alimentos fritos. Nesse caso, o equivalente a 114 g contribui com um aumento de 3% no risco de desenvolver os principais eventos cardiovasculares, de 2% para doença arterial coronariana e 12% para insuficiência cardíaca.

Os pesquisadores esclarecem que vários dos estudos analisados consideraram apenas o consumo de um tipo de alimento frito (por exemplo: peixe, batata ou salgadinho), mas não o total de alimentos fritos, sugerindo que isso pode ter subestimado a associação. De qualquer forma, eles acreditam que o efeito adverso do consumo de alimentos fritos independe do tipo de alimento.

Nenhuma associação foi encontrada para mortes por doenças cardiovasculares ou por qualquer outra causa, mas isso pode ter acontecido devido ao número relativamente pequeno de estudos encontrados. Portanto, os pesquisadores concluíram que existe uma associação entre a ingestão de alimentos fritos e doenças cardiovasculares, porém mais investigações são necessárias para examinar a associação com a insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e mortalidade por doenças cardiovasculares.

Como os alimentos fritos podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares?

A partir desse estudo também podemos questionar como os alimentos fritos podem influenciar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Isso não está totalmente claro, mas os pesquisadores sugerem algumas explicações. De acordo com eles, os alimentos fritos:

  • Geralmente contêm grandes quantidades de gordura, o que pode elevar a densidade energética dos alimentos, como também torná-los mais palatáveis. Isso pode levar a um maior consumo e contribuir para o excesso de peso e a obesidade, fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
  • Podem ser compostos por ácidos graxos trans, um tipo de gordura muito presente em alimentos industrializados, nas margarinas e na gordura vegetal hidrogenada e que está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
    Podem aumentar os níveis de produtos de oxidação de colesterol que estão envolvidos na resposta inflamatória e afetar a saúde do coração.
  • Em boa parte são alimentos ultraprocessados, que apresentam gorduras em excesso e grandes quantidades de sódio, nutriente que contribui para a hipertensão, um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

Então, cortar frituras é a solução?

Esses achados podem ter implicações importantes para as recomendações relacionadas à alimentação e nutrição, indicando que os alimentos fritos não devem ser a base das nossas escolhas alimentares.

Mas é bom deixar claro que “cortar” as frituras não é a solução para o problema. Devemos sim diminuir seu consumo e comer mais alimentos in natura de todos os grupos alimentares. Mas restringir não é a solução. Como já disse em outros momentos, restrição leva a um maior desejo por comida.

Quanto mais vemos as frituras como vilãs e nos sentimos proibidos de comê-las, mais desejamos esses alimentos e corremos o risco de consumi-los em excesso, que é o problema maior.

O melhor a ser feito é mudar nossa relação com a comida, entendendo que não existem alimentos proibidos e permitidos e que podemos comer de tudo, mas não tudo!

Assim, podemos fazer melhores escolhas alimentares, comer de acordo com o contexto (veja só, comer um pastel na hora do almoço não parece tão adequado, mas na festa de aniversário, sim!), exagerar menos e viver em paz com a comida!

Bon appétit!

Sophie Deram

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