Síndrome de Burnout

Noites mal dormidas, cansaço excessivo — físico e mental — e fadiga são alguns dos sintomas do burnout (síndrome de esgotamento mental).1 Por estes serem sintomas similares aos de alguns distúrbios do sono como a apneia do sono, pode haver confusão na identificação das condições.

“A síndrome de burnout é consequência de uma exaustão emocional que se manifesta com alterações do funcionamento físico e mental, tendo como causa maior o estresse intenso e prolongado no ambiente laboral que, frequentemente, produz sintomas como fadiga, labilidade emocional, irritabilidade, desânimo, alterações no sono, desinteresse e aversão ao trabalho. É importante diferenciar o burnout de alguns transtornos do sono, como a apneia obstrutiva do sono, uma vez que compartilham manifestação clínica semelhante. Um ponto importante para observar é se o sono atrapalha o trabalho (apneia do sono) ou se o trabalho é que atrapalha o sono (burnout). A partir daí, seguir com uma investigação diagnóstica detalhada para a busca do tratamento adequado”,2 explica Fábio Aurélio Costa Leite, psiquiatra com especialização em sono, dor e psiquiatria geriátrica.

Apesar das semelhanças entre as síndromes, a apneia do sono é um distúrbio relacionado à piora da qualidade de vida e sono, além de problemas de saúde como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.3 A apneia deve ser investigada e tratada nos casos moderados e graves.4 No Brasil, estudo publicado em 2019 mostrou que o percentual pode chegar a 49,7% da população.5

Alguns sinais que podem indicar a presença do distúrbio são: ronco, cansaço diurno constante, dificuldade de concentração, dores de cabeça matinais, humor depressivo, falta de energia, esquecimento ou hábito constante de acordar para ir ao banheiro.6

Uma vez que a apneia do sono é diagnosticada, o tratamento mais comumente indicado é a adoção regular do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas).4 No Brasil, o tratamento para apneia pode ser realizado com equipamentos ResMed, líder mundial de soluções para o tratamento da condição. Pacientes podem acompanhar sua própria terapia com CPAP por um aplicativo gratuito e fácil de usar, chamado myAir™. O uso de tecnologias para engajamento do paciente como o myAir demonstrou melhorar a adesão ao tratamento.7

 


Referências:

  1. Ministério da Saúde. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout
  2. Entrevista concedida a ResMed em 01/12/2021. Vide também Guglielmi O. et al. Sleep Med. 2014 Sep;15(9):1025-30. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25047171/
  3. Bonsignore et al. Multidiscip Respir Med. 2019; 14:8. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30809382/
  4. AASM Clinical Practice Guidelines. Treatment of OSA with PAP. J Clin. Sleep Med. 2019; 15(2):335-43.
  5. Benjafield et al. Lancet Resp. Med. 2019; 6.
  6. Disponível em: https://www.resmed.com.br/apneia/home
  7. Malhotra A, et al. Chest, 2018. Disponível em: https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(17)33073-8/fulltext

Junto com a pandemia, muitos profissionais passaram a acumular cargas de trabalho excessivo e desgastante. E se há quem pense que isso pode ser bom ou ter algum glamour, a advertência médica é clara: a sobrecarga pode levar ao esgotamento físico e psíquico, dando espaço ao surgimento da Síndrome de Burnout. 

 
 
Segundo a psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro, o cenário atual é altamente propício para o desenvolvimento do problema. Motivos: a flexibilidade de horário do trabalho remoto e as restrições a escapes, como uma parada para almoçar ou tomar café fora. “Isso eleva mais a pressão no indivíduo e pode levar a uma crise de ansiedade ou até mesmo a um estágio de depressão”, reforça Marina.
 
A psicóloga esclarece que há um fator importante que explica por qual razão algumas pessoas desenvolvem o problema e outras não, mesmo trabalhando nas mesmas condições. “O desenvolvimento da síndrome não pode ser generalizado, pois é uma soma entre o ambiente e atributos individuais. Por vezes, a pressão profissional pode ter origem na instituição empregadora, na própria profissão ou mesmo estar associada a características do paciente”, explica. 
 
Independentemente do fator desencadeante, é importante estar atento aos sinais para um diagnóstico rápido. É comum que esse processo de esgotamento seja gradual. Ao longo da evolução do quadro podem ser percebidos sinais como insônia, dificuldade de concentração, irritabilidade, baixa autoestima, desânimo e, em pacientes com estágio mais avançado, surgimento de dores no corpo e na cabeça, insegurança e depressão.
 
“Para evitar essa evolução dos sintomas, o ideal é um diagnóstico no início. Neste estágio, em geral, conseguimos bons resultados com acompanhamento profissional e terapia. Em quadros mais avançados, é necessário incluir a medicação para tratar os sintomas e permitir uma melhora na qualidade de vida, o que não significa ser possível abrir mão do acompanhamento por meio da terapia”, enfatiza a psicóloga.

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