pós-Covid

Por muito tempo os brasileiros se preocuparam com o isolamento social e com o início da vacinação. Agora, com a evolução na eficácia das vacinas, é o momento de saber como lidar com a mente em um período pós-vacina. 

“Com a “vida” voltando ao normal, principalmente pela flexibilização das medidas restritivas, a ansiedade por vir à tona por dois motivos: o primeiro é a expectativa de poder voltar atividades de modo até que não era possível por conta da pandemia, já o segundo está ligado no novo processo de adaptação”, explica Felipe Laccelva, psicólogo e CEO da Fepo Psicólogos. 

As principais mudanças no psicológico das pessoas estão relacionadas à vacinação, que traz a sensação de segurança para poder retomar as atividades em segurança. Visto que é uma sensação de alívio que é possível “estar protegido”, isso reflete na redução nos níveis de ansiedade e estresse, devido à preocupação. 

De acordo com o psicólogo, é importante levar em consideração que cada pessoa é única e pode reagir de um jeito. “A ansiedade gerada pelo isolamento via de regra será reduzida, uma vez que poderemos retornar ao convívio social”, comenta. 

Felipe Laccelva, psicólogo e CEO da Fepo Psicólogos.
Divulgação

Quase dois anos em casa trabalhando, e agora? 

As pessoas se adaptaram a rotina do home office, a retomada ao presencial vai exigir um novo período de adaptação. Nesse caso, é importante que as empresas possuam um programa para acolher esses funcionários e que tenham flexibilidade para que eles possam se reorganizar, como um funcionário que levava o filho para a escola, e agora ele precisa de um tempo para contratar uma van e o filho possa se acostumar. 

A terapia foi a “luz em meio ao caos” nesse período pandêmico, o que mudou positivamente o modo como as pessoas enxergam as sessões com os psicólogos. Uma pesquisa realizada pela Fepo indica que 73% dos brasileiros pretendem continuar fazendo terapia em 2022.

“O modelo online, principalmente, se tornou muito acessível, vale ressaltar que a terapia é algo do dia a dia, algo que tem espaço para fazer parte do cotidiano, assim como cuidar do corpo é preciso cuidar da mente”, explica Felipe. 

 

Doença causada pelo novo coronavírus deixa um cansaço anormal como sequela em muitos dos pacientes. Fisiologistas explicam estudo americano que demonstra esse efeito da doença tanto no sistema nervoso central quanto nos músculos esqueléticos.

Proteínas inflamatórias como a IL-6, muito aumentadas pela Covid-19, prejudicam o metabolismo das células musculares, provocando perda de massa muscular (sarcopenia)

Um dos sintomas mais frequentes nas manifestações da Covid-19 é a queixa de fadiga, ou cansaço anormal e muito severo. Evidentemente este sintoma decorre de vários fatores e funções fisiológicas acometidas pela doença, principalmente o comprometimento da função pulmonar, que costuma ser o sistema mais afetado pela doença. Entretanto, o problema parece não se restringir à vigência da doença. Existe a descrição de um quadro que já está sendo denominado de fadiga pós-Covid. Trata-se de uma queixa dos pacientes no período de recuperação, que compreende sintomas de um cansaço anormal que não parece ser somente decorrente do tempo de inatividade pregresso devido à doença.

+ Covid-19: hospitalização é 34% menor entre pessoas fisicamente ativas
+ Coronavírus causa miocardite, inflamação no músculo do coração
+ Quando voltar aos exercícios e esportes depois de contrair a Covid-19?

Proteínas inflamatórias como a IL-6, muito aumentadas pela Covid-19, prejudicam o metabolismo das células musculares, provocando perda de massa muscular (sarcopenia) — Foto: Istock Getty Images
Proteínas inflamatórias como a IL-6, muito aumentadas pela Covid-19, prejudicam o metabolismo das células musculares, provocando perda de massa muscular (sarcopenia) — Foto: Istock Getty Images

No intuito de investigar este quadro, pesquisadores da Universidade de Iowa nos Estados Unidos fizeram uma análise dos fatores potencialmente responsáveis pelo problema numa publicação deste mês de dezembro de 2020 na revista Brain Sciences. No artigo, os pesquisadores discutem os modelos propostos para explicar o mecanismo da fadiga e concluem que, pelas evidências descritas da evolução da doença, fica evidente que o Covid-19 deixa sequelas que comprometem tanto a percepção da fadiga por efeito no sistema nervoso central como também os mecanismos fisiológicos relacionados à fadiga periférica nos músculos esqueléticos.

Segundos evidências científicas publicadas recentemente, existe a descrição de um menor metabolismo da glicose no lobo frontal do cérebro provocado pela doença, o que explicaria um aumento da percepção de fadiga de natureza central.

A fadiga periférica também parece ser potencializada pela Covid-19. Os autores descrevem os efeitos de proteínas inflamatórias como a IL-6, muito aumentadas pela Covid, que prejudicam o metabolismo das células musculares, provocando perda de massa muscular (sarcopenia).

+ O que é sarcopenia? Creatina e exercícios podem ajudar a evitar perda de massa muscular

Esses achados devem ser do conhecimento de pacientes em fase de recuperação e principalmente dos profissionais das ciências do esporte, que terão pela frente a responsabilidade de orientar o período de recuperação de tanta gente que foi acometida pela doença.

fonte: globoesporte.globo.com

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Aceito Leia mais

Política de privacidade e cookies