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Cerca de sete em cada dez pessoas afirmaram terem cancelado ou adiado serviços de saúde, por causa da Covid-19. É o que aponta uma pesquisa online realizada pela Ipsos e encomendada pela Johnson & Johnson Medical Devices (J&JMD), no ano passado.

A pandemia continua, mas não pode ser pretexto para deixar de monitorar e tratar os problemas de saúde. O câncer e outras doenças são um exemplo disso. O atraso na realização de seus exames pode permitir o agravamento do quadro de saúde do paciente. O assunto é sério e urgente.

Suspender consultas e adiar cirurgias pode ser uma péssima decisão. A detecção precoce de problemas de saúde, seja qual for, pode possibilitar ao paciente uma condição de vida com mais qualidade, com tratamentos menos complexos, além de proteger o organismo a tempo de outras reações diversas.

A importância do check-up

“Muitos pacientes não apresentam sintomas de doenças, sendo as mesmas constatadas após uma avaliação clínica, por isso o check-up médico e odontológico é extremamente importante. Em alguns casos como tumores de boca, alterações do crescimento do esqueleto facial, alterações das articulações da mandíbula (ATM), o diagnóstico firmado pode implicar a atuação de um profissional da cirurgia maxilofacial, e é nestes casos que tenho a possibilidade em ajudar”, relata Dr. Antônio Albuquerque de Brito, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Craniomaxilofacial, Médico e Cirurgião Dentista, atuante nas áreas de cirurgia de cabeça e pescoço, craniomaxilofacial e bucomaxilofacial.

Covid-19 na sala de cirurgia? Nem pensar, todo cuidado é pouco!

Covid-19 é uma infecção de contaminação comunitária. Muitos brasileiros não sabem, mas os hospitais e os profissionais que lá atuam estão preparados para receberem pacientes cirúrgicos, em especialidades diversas, mesmo durante a vigência da pandemia. As instalações utilizadas são diferentes daqueles utilizados por pacientes portadores do coronavírus. Uma área não se envolve com a outra, de forma a prevenir e amenizar os impactos da doença. Os pacientes ficam separados e não entram em contato uns com os outros.

“Em todas as cirurgias solicito antecipadamente o teste para Covid-19 (RT-PCR), de forma a prevenir a transmissão da Covid-19 durante o tratamento. Quando negativo, seguimos com a realização da cirurgia. Quando positivo, declinamos o procedimento e adiamos para outro momento oportuno, seguindo os protocolos estabelecidos para esse fim. Como profissional de saúde tenho cuidado redobrado em resguardar a integridade da saúde dos meus pacientes. Todo o trabalho é norteado conforme as instituições regulatórias e protocolos internacionais de saúde. Acompanho todo o processo e cerco de cuidados para a cirurgia acontecer com segurança. Além disso, sempre esclareço de modo claro e transparente sobre o atual cenário e suas implicações, isso é fundamental”, enfatiza Brito.

Dr. Antônio Brito comenta o que os médicos têm feito para ajudar os pacientes a retomarem os cuidados com a saúde

Dados gerais

  • Alguns grupos e faixas da população são mais suscetíveis ou vulneráveis ao coronavírus, conforme relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS);
  • As operações eletivas, ou seja, aquelas programadas com antecedência tiveram uma redução de 92,5%, em média. Houve uma interrupção em praticamente todo o país entre 16 de março e 22 de maio, sendo realizadas, nesse período apenas as cirurgias de trauma, aquelas envolvendo acidentes graves ou por violência, drenagem de abscesso, que são provocadas por infecções bacterianas, e poucos casos de cânceres foram permitidos tratamento no período. Os dados são do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial;
  • As cirurgias eletivas retomaram no final de maio, porém apenas para as doenças que não podem ser adiadas, como os procedimentos relacionados as patologias benignas, os casos de deformidades maxilares com impacto importantes nas funções mastigatória, respiratória, na deglutição, na fonação e nas disfunções nas articulações da mandíbula. A retomada normalizou de fato a partir de setembro e conforme a orientação de cada Secretaria Estadual de Saúde (dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial).

* Por Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari

Era dezembro de 2019 e surgiam as primeiras notícias sobre uma pneumonia de causa desconhecida que se espalhou rapidamente na China. Vimos e ouvimos sobre o ocorrido sem nos alarmar para o verdadeiro desastre que ele causaria em âmbito mundial.

Coronafobia é classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental. 

Coronafobia é classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental. Dois meses depois, o assunto tomava maior proporção e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciava que a COVID-19 causada por um tipo de coronavírus chamado SARS-CoV-2 se tratava de uma pandemia.

Em 10 meses, o mundo que conhecíamos até então mudou. E enquanto escrevo este artigo, são contabilizadas mais de 2,5 milhões de mortes em 192 países.  Mas para quem fica, além da dor que avassala aqueles que perderam parentes, amigos e colegas de trabalho, existe uma outra batalha que precisa ser driblada, e ela já tem nome: Coronafobia.

Mas, afinal, do que se trata o termo CORONAFOBIA e como se tornou nomenclatura oficial dos estados mentais relacionados às fobias?

Em um estudo recente publicado em dezembro de 2020 pela US National Library of Medicine que analisou 500 casos de ansiedade e depressão, verificou que todos eles estavam ligados à pandemia. 

A COVID-19 provoca na população um aumento de sentimentos como medo e ansiedade.  Sendo que o medo e a insegurança, por exemplo, são alguns dos sentimentos mais presentes por conta da imprevisibilidade do comportamento do vírus em cada pessoa atingida.  Mas não apenas isso. Estamos falando ainda da imprevisibilidade das questões socioeconômicas, da carreira e dos negócios. E todas as incertezas levaram a um aumento considerável dos transtornos psiquiátricos e emocionais desde que a pandemia começou e se tornou um evento traumático de proporções maiores do que os surtos de doenças anteriores dos últimos tempos.

Eventos traumáticos podem levar a fobias específicas, logo, o termo Coronafobia, criado ao final de 2020, trata-se de uma ansiedade grave causada pela condição pandêmica. É classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental. 

Se um simples espirro ou tosse, por exemplo, suscitam uma preocupação irracional de ser COVID-19, isto pode estar relacionado à Coronafobia. Ou seja, é importante ficar atento para analisar se a ansiedade é desproporcional ao risco real prejudicando a qualidade de vida.

Alguns dos sintomas físicos são: palpitações, tremores, dificuldades para respirar e alterações de sono.  No âmbito emocional, os sintomas mais predominantes são tristeza, culpa, medo de perder o emprego ou medo de contaminar e levar ao óbito seus familiares.  Já entre os sintomas comportamentais mais frequentes estão o medo excessivo de encontrar pessoas, de tocar em superfícies, evitando locais públicos mesmo que sejam abertos, e ir repetidamente ao médico achando que está doente.

A preocupação com a saúde e a tomada de cuidados recomendadas pela OMS são altamente benéficos, mas, se houver uma preocupação irracional, levando a “comportamentos de controle”, como aferir a frequência cardíaca ou a temperatura muitas vezes ao dia, ou ir ao médico com frequência apenas para garantir que não está doente, pode ser sinal de que a ansiedade está fora de controle e é preciso procurar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento.

O Ministério da Saúde realizou uma pesquisa com 17.491 brasileiros com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos, durante os meses de abril e maio de 2020, quando as mortes pelo novo coronavírus aumentaram. O levantamento revelou que 8 entre 10 brasileiros estavam sofrendo de algum transtorno de ansiedade.

Um outro estudo, que reuniu diversas universidades brasileiras, mostrou que o impacto negativo da pandemia na saúde mental da população brasileira evidenciou que os grupos mais afetados pela Coronafobia foram jovens mulheres, além de pessoas com diagnóstico prévio de algum distúrbio mental e dos grupos de alto risco para coronavírus.

Um dado que pode assustar é o fato de os jovens estarem presentes nos grupos mais afetados. Mas existe uma explicação possível: talvez, por terem de enfrentar a pausa nos estudos presenciais, o distanciamento físico de amigos, a falta de opções de lazer e entretenimento, e o medo de se tornar um transmissor da doença e assim, contaminar familiares pertencentes ao grupo de risco. Além disso, foi relatado também, nesse grupo, o início de problemas de sono durante a pandemia ou o agravamento desses quando preexistentes.

A pandemia por si só já nos assola com preocupações e sofrimentos reais. Mas, quando se está fora do controle, há como reverter esse cenário, portanto, para a Coronafobia, também chamada de “pandemia do medo” há tratamento, tanto cognitivo-comportamental, como por meio de medicamentos. Para quem busca qualidade de vida e prefere ter suporte da medicina alternativa, o uso de fitoterápicos, como a Passiflora incarnata associada a Crataegus rhipidophylla e Salix alba L, também pode ser um caminho. No entanto, qualquer um dos tratamentos acima deve ser prescrito por profissionais, que irão avaliar qual o tratamento de acordo com os sintomas e outros aspectos clínicos.

 

Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari é médica formada pela Universidade Federal de São Paulo, com Fellowship no Geriatric Medicine Program na University of Pennsylvania responsável pelo departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma.

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