A partir de janeiro, grande parte do segmento corporativo voltará com suas operações no modelo híbrido. Com a retomada presencial, ainda que parcial, novos desafios surgem aos gestores e RHs com relação ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a denominar como a “quarta onda da Covid-19″. Trata-se do aumento de transtornos mentais e do trauma psicológico provocados diretamente pela infecção ou por seus desdobramentos secundários, como os transtornos ligados ao trabalho. Esse tema traz à tona a importância de as empresas terem ações em prol da saúde mental de seus profissionais e evidencia a urgência de focar no “S” de ESG (environmental, social and corporate
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Entre os problemas agravados pela pandemia, a Síndrome de Burnout ganhou destaque nos últimos dias com a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em classificá-la oficialmente como uma doença do trabalho a partir de 1º de janeiro de 2022, com a CID 11. A síndrome é caracterizada por exaustão física e mental relacionada à vida profissional do indivíduo e pode evoluir para doenças psiquiátricas como a depressão e transtornos de ansiedade. Com a pandemia, a sobrecarga de tarefas e a falta de limites entre vida pessoal e profissional fez o tema se popularizar.
O retorno às atividades presenciais também é um motivo de preocupação para as empresas, pois pode desencadear
“Ter um RH focado em gente e cultura é o primeiro passo que as empresas devem ter neste momento. É preciso se preparar para acolher essas pessoas e entender a particularidade de cada indivíduo, sem que as regras sejam impostas a todos da mesma forma. Treinar os líderes e entender que a saúde mental influencia no trabalho de diversas formas é a chave para que essa nova fase ocorra de forma menos abrupta nas empresas”, explica Carrijo.
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De acordo com dados apresentados na última edição do Fórum Econômico Mundial, as empresas perdem cerca de US$ 2,5 trilhões em produtividade com faltas no trabalho e rotatividade. Para a psicóloga e cofundadora da Psicologia Viva, Luciene Bandeira, um clima organizacional baseado na pressão, jornadas extenuantes e exaustivas e falta de abertura para o diálogo podem desencadear os transtornos mentais, que geram turnover e absenteísmo. Para ela, a solução é criar ambientes saudáveis em que haja segurança psicológica para os funcionários.
“Não adianta o RH oferecer consultas psicológicas e realizar todo um trabalho de engajamento se a liderança não agir em consonância com essa diretriz. É preciso que, cada vez mais, os líderes aprendam a não minimizar o sofrimento alheio. Um dirigente que fala em uma palestra que faz acompanhamento psicológico tem um alto poder de influência para adesão à terapia, passando a mensagem de que cuidar da saúde mental é algo normal, quebrando a barreira do tabu”, finaliza a psicóloga.
Fonte: Psicologia Viva