Cuide de suas emoções para manter o coração em dia
Por Dr. Juliano Slhessarenko
Já ouviu as expressões “você quase me deu um ataque cardíaco”, “Eu estava morrendo de preocupação” ou “isso partiu meu coração”?
O coração e a mente estão intimamente conectados. Estados mentais negativos, incluindo depressão, ansiedade, solidão, raiva e estresse crônico, podem aumentar o risco de doenças cardíacas com o tempo ou piorar os problemas cardíacos já existentes.
Como as emoções negativas afetam a saúde do coração?
Veja, por exemplo, a síndrome do coração partido, também chamada de cardiomiopatia de estresse. Estudos demonstraram que o risco de um ataque cardíaco aumenta 21 vezes em 24 horas após a perda de um ente querido.
O coração pode ser afetado por outros choques além da perda de um ente querido. A cardiomiopatia por estresse pode ocorrer em reação a notícias estressantes, como o diagnóstico de câncer de um ente querido. E emoções fortes, como raiva, podem causar ritmos cardíacos irregulares.
O estresse também pode ser prejudicial ao coração. Se você está sob estresse, sua pressão arterial e freqüência cardíaca aumentam. O estresse crônico expõe seu corpo a níveis insalubres e persistentemente elevados de hormônios do estresse, como o cortisol, e também pode alterar a forma como o sangue coagula. Todos esses fatores podem preparar o terreno para um ataque cardíaco ou derrame.
As emoções negativas também podem afetar os hábitos de vida, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de doenças cardíacas. Por exemplo, pessoas que estão cronicamente estressadas, ansiosas, deprimidas ou com raiva podem ter maior probabilidade de beber muito álcool, fumar, comer demais e fazer menos exercícios – todos hábitos prejudiciais à saúde que fazem mal ao coração.
E se seu coração já estiver vulnerável?
Se você tem uma doença cardíaca, ela pode ser agravada pelo estresse emocional. Pacientes com doenças cardíacas e ansiedade têm duas vezes mais chances de morrer três anos após um evento cardíaco.
Além disso, os pacientes com doenças cardíacas têm três vezes mais probabilidade de sofrer de depressão. Para aqueles recém-diagnosticados com doenças cardíacas, a depressão aumenta o risco de um evento prejudicial relacionado ao coração ocorrer naquele ano. Mesmo em pessoas sem doenças cardíacas anteriores, a depressão grave dobra o risco de morte por causas relacionadas ao coração.
O que você pode fazer? A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que todo paciente cardíaco seja rotineiramente examinado para depressão. Além disso, uma nova abordagem baseada na emoção para a saúde cardíaca, chamada psicologia cardíaca, enfoca as necessidades de saúde mental dos pacientes cardíacos. Promove ferramentas, como gerenciamento de estresse e psicoterapia, para ajudar os pacientes a lidar com sua doença.
O coração e a mente coexistem. Não ignore as emoções que podem sobrecarregar sua vida, como estresse crônico, ansiedade, depressão e raiva. Encontre maneiras de cuidar de seu bem-estar emocional e seu coração agradecerá.
Experimente estas dicas saudáveis para o coração:
- Reconheça seus sentimentos e expresse-os. Fale com seus entes queridos, escreva em um diário ou junte-se a um grupo de apoio. Procure ajuda profissional se precisar. Controle o estresse com exercícios diários de meditação consciente, ioga ou respiração profunda.
- Evite beber muito e não fumar.
- Exercício. Experimente uma caminhada rápida de 15 minutos, nadar, andar de bicicleta, fazer jardinagem ou dançar.
- Faça uma dieta saudável com bastante ácidos graxos ômega-3, que têm efeitos antiinflamatórios.
Como minhas emoções podem afetar a insuficiência cardíaca?
O estresse não gerenciado pode causar hipertensão, danos às artérias, ritmos cardíacos irregulares e enfraquecimento do sistema imunológico.
A depressão em pacientes com insuficiência cardíaca aumenta o risco de hospitalização; eventos cardíacos, como dor no peito e ataque cardíaco; e morte.
Você pode se sentir deprimido porque não sabe o que esperar ou porque não consegue realizar tarefas simples sem ficar excessivamente cansado. Outros fatores podem contribuir para a depressão, como:
Sua história familiar, saúde física e estado de espírito e meio ambiente
Transições de vida, perdas e altos níveis de estresse.
Por que o impacto psicológico de um evento cardíaco é importante?
Não há dúvida de que ter um ataque cardíaco ou ser admitido por um evento cardíaco pode ser muito estressante e, portanto, precisamos entender como as pessoas passam por esse processo e como podemos apoiá-las da melhor forma.
Além disso, ficou claro nos últimos 20 anos ou mais que algumas pessoas têm reações psicológicas bastante graves. Em particular, você tende a obter níveis bastante elevados de sintomas depressivos e o que foi descoberto é que aqueles que apresentam sintomas depressivos são, na verdade, mais propensos a ter problemas cardíacos recorrentes. Acredita-se que haja um risco duplo [nessas pessoas] de ter outro ataque cardíaco ou morrer de doença cardíaca, e há muita preocupação no momento sobre como essa ligação ocorre e o que podemos fazer a respeito.
Fonte: olhardireto.com.br
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